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Guedes admite uso do orçamento secreto para conseguir apoio do Congresso

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O governo Bolsonaro é um fantoche na mão do ‘Centrão’. É o que admite o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao se referir ao chamado “orçamento secreto”. Guedes disse, sem meias palavras, que as as emendas de relator são usadas para obter apoio de congressistas ao governo e aprovar reformas, além de manter a base de apoio ao Executivo.

A emenda de relator é um tipo de instrumento que tem pouca transparência sobre quem indicou o uso do recurso, comumente empregado em obras e serviços nas bases eleitorais de deputados e senadores. É diferente das emendas impositivas, que são divididas igualmente entre todos os parlamentares.

Neste ano, as emendas de relator somam R$ 16 bilhões. É um recurso que está sendo usado pelo governo pela cúpula do Congresso como forma de angariar apoio de parlamentares.

O Supremo Tribunal Federal (STF) impediu a execução dos gastos oriundos dessas emendas até que seja criado um mecanismo que dê transparência para esse instrumento.

Guedes disse que as emendas de relator já eram usadas durante o mandato do então presidente da Câmara Rodrigo Maia, antecessor do atual presidente Arthur Lira (PP-AL), mas que não recebiam tanta atenção e sugeriu que isso ocorria porque Maia fazia oposição ao governo, ele tentou justificar a falta de transparência do governo com o dinheiro público. 

“Quando o presidente da Câmara era o Rodrigo Maia, houve o pedido dele de R$ 30 bilhões para o Domingos Neto (PSD-CE), que seria o relator (do Orçamento) da época. Era o dobro de hoje, e não houve essa convulsão toda.”, disse Guedes, em evento da construção civil.

O ministro comparou com a situação atual e sugeriu que o assunto ganhou repercussão por se tratar de um instrumento de apoio ao governo.

“Agora que é a metade daquele dinheiro, mas é para apoiar o governo e fazer as reformas, todo mundo descobriu que o orçamento é secreto, que aquilo está errado. Aquilo não foi criado pelo Lira, aquilo foi criado e usado antes”, disse Guedes.

Para Guedes, no entanto, a discussão de Orçamento é a “essência da política”, que nada mais é do que “o comando dos recursos públicos”.

O ministro classificou como patética a “briga” por R$ 15 bilhões em um Orçamento de R$ 1,8 trilhão e ainda tentou esconder a própria incompetência à frente da pasta e do governo Bolsonaro. “Nos frustra chegar com grandes sonhos e fazer 50%, 40%”, esquecendo-se de detalhar o saldo de desemprego, que chega a 15%, e os 20 milhões de brasileiros que passam fome diariamente no país, duas marcas de sua gestão.