Em protesto a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que taxou servidores públicos de parasitas, durante uma palestra na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, no dia 07/02. Servidores Públicos do país inteiro se manifestam das mais diversas formas, seja nos locais de trabalho, nas redes sociais e nas ruas, repudiando a declaração que desrespeita e deprecia o funcionalismo público.
Na semana passado, o Sintrajufe Piauí recebeu uma foto, onde um servidor expressa toda a revolta diante da injúria proferida pelo ministro. O servidor, que é Oficial de Justiça da Justiça Federal de Goiás, relata em documento oficial, o labor para cumprimento de um mandado. Destacada o esforço nas diligências efetuadas, abrindo mão de ficar com a filha, enfrentando chuva e a eminência de assalto para executar, com prioridade e dedicação, seu mister.
Na justificativa de retorno do mantado, após não ter encontrado o cidadão intimado, e diante de todo o “o empenho para que a audiência fosse frustrada”, ele manifesta: “após essa demonstração de parasitismo e pedindo vênia para aqueles que discordam e, mais, e como não disponho de mais tempo para novas diligências, devolvo o mandato para os fins de direito”.
Abaixo do nome e cargo, ironiza: “e parasita do serviço público, segundo o atual ministro da Economia, Paulo Guedes”.
“Esta declaração do Paulo Guedes mostra bem o nível do caráter dele e o seu objetivo. Remanescente da esquecida e malsinada Escola de Chicago, Guedes quer tentar reviver a todo custo sua falida teoria econômica de privilégio ao mercado financeiro e desmonte dasestruturas do Estado cujo insucesso no Chile já produziu seus efeitos no seio da sociedade, com a revolta popular que aconteceu e que a imprensa brasileira fez questão de esquecer e comentar”, destacou o Diretor de Administração e Finanças, Donaro Barros.
Vemos em todas as declarações desse governo, uma campanha escrachada contra o serviço público e por um Estado cada vez menor. Então, podemos nos perguntar, como estaria o Brasil sem o servidor público? Como levar às pessoas acesso aos direitos básicos garantidos na Constituição?
Quanta hipocrisia há no discurso de Guedes, sendo ele mesmo o próprio sanguessuga parasitário do dinheiro público, como aponta a coluna Painel, da Folha de São Paulo, na sexta-feira 14/02.
Além de um salário de R$ 30,9 mil, a coluna revela que o ministro recebe R$ 7.733,00 por mês, em auxílio-moradia (o teto permitido por lei), além de passagens aéreas entre Brasília e Rio de Janeiro, onde tem moradia fixa.
Também beneficiário de um auxílio-alimentação mensal de R$ 458. Somados, os dois benefícios chegam a R$ 8.191 ao mês. Até julho de 2019, Guedes também recebia diárias para dar expediente no Rio: R$ 7.501 ao todo.
E em nota, a assessoria do ministro afirma que “os dois auxílios estão previstos em lei”.
Então, que moral Gudes tem para chamar os servidores do que quer que seja, se ele próprio é um exemplo de desqualificação e entrada no serviço público sem ser pela porta da frente, através de concurso.
O servidor público, sim, é essencial para o funcionamento do Brasil. Sem a força e a responsabilidade desse segmento como estaria a população mais pobre? Todos desassistidos pelo Estado. Afinal, quem faz a segurança, a saúde, a educação, a justiça, a fiscalização acontecer no país são os servidores públicos.
Todos, sim, verdadeiros exemplos de heroísmos nacional.
Confira o documento na íntegra.