Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

SINTRAJUFEPI participa das atividades em repúdio aos 60 anos do golpe militar.

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

No dia 1º de abril de 2024 completou-se 60 anos do golpe militar no Brasil, período que ficou marcado por perseguições, cassações de mandatos de parlamentares, torturas, corrupção e assassinatos. No Piauí, o dia foi marcado por atividades políticas com discussão sobre o tema, para resgatar a história e contar pela ótica da geração que derrubou a ditadura e doa atuais lutadores sociais.

Na Assembleia Legislativa do Piaui – ALEPI, ocorreu pela manhã uma sessão solene que lotou o plenarinho. A  mesa foi presidida pelo presidente da ALEPI, o deputado estadual Franzé Silva; composta pelo deputado estadual Ziza Carvalho ; a Secretária de Relações Sociais do governo do Estado, Núbia Lopes; o presidente da CUT, Odaly  Medeiros; o vice PT PI, Mauricio Solano ; a coordenadora do  Diretório Central dos Estudantes da UFPI, Thays Dias; o fundador do Comitê, Memória, Verdade e Justiça do PI, Reginaldo Furtado; o coordenador do Comitê Memória, Verdade e Justiça do Piauí e diretor do SINTRAJUFEPI, Pedro Laurentino,  e o ex – preso político e membro do Comitê, Memória, Verdade e Justiça de PE, Edival Nunes Cajá. Também estava presente a ex-diretora do SINTRAJUFEPI, Madalena Nunes.

Após a abertura oficial da sessão solene, os membros da mesa tiveram a oportunidade de fazer o uso da tribuna. Na ocasião, Pedro Laurentino enfatizou: “Discutir o golpe de 64 não é discutir o passado. Só existiu a tentativa de golpe em 08 de janeiro de 2023 porque ainda há impunidade aos golpistas de 64. Tenho orgulho de fazer parte da geração que derrubou a ditadura, mas ela ainda precisa ser sepultada. Ainda hoje a tortura é praticada nas delegacias e a Polícia Militar continua reprimindo os lutadores sociais.”

Um ponto alto da Sessão Solene foi o discurso de Reginaldo Furtado, de 93 anos, que denunciou as artimanhas da alta cúpula das forças armadas, a mando do governo norte – americano e a interferência do capital estrangeiro. Assim como alertou o plenário para a continuidade da luta por democracia e o repúdio a qualquer tentativa de golpe.

Resultado das reuniões preparatórias do Comitê, a organização montou uma exposição de quadros com rostos dos piauienses mortos na ditadura e capas de jornais que registraram os acontecimentos do período. Bem como, foi distribuído uma cartilha “MEMORIAL DA RESISTENCIA E DA DEMOCRACIA”, fazendo o resgate da história de luta e resistência.

À tarde as atividades seguiram no auditório Noé Mendes da UFPI, onde estudantes, professores e servidores lotaram o auditório para a aula pública com Edival Cajá. Na mesa de saudação estavam: a diretora do CCHL, Edna Maria; o professor de Ciência Política, Vitor Sandes; o diretor do CCN, Edmilson Miranda; a presidente da ADUFPI, Maria Escolástica, além de Pedro Laurentino e Thays Dias. Em diversos momentos de emoção, o auditório vibrava com palavras de ordem como “Pela abertura, dos arquivos da ditadura!”, e “Nenhum passo atrás, ditadura nunca mais!”.

Todos aguardavam ansiosos a aula pública de Edival Cajá, que no uso da palavra, ressaltou: “  Neste dia de hoje, 01 de abril de 2024 completam – se 60 anos do golpe militar fascista em nosso país. Aquele golpe implantou a Ditadura Militar, que nasceu das entranhas do governo dos EUA, da burguesia monopolista dos EUA e do Brasil e do alto comando das forças armadas. Por interesses do grande capital, foi elaborado um plano na Casa Branca para derrubar as democracias no nosso continente. Esta ditadura cassou, exilou ,depôs e assassinou o presidente João Goulart. Sequestrou, estuprou  e cerca de  8 mil  povos Originários foram assassinados. Os dirigentes das ligas camponesas foram assassinados. Na resistência urbana, mataram Manoel Lisboa, Emanuel Bezerra , Carlos Mariguella, Lamarca e muitas companheiras que combaterem contra a ditadura e pelo socialismo.”

Após grande agitação no auditório, Cajá finalizou: “Até quando vão cassar o direito do povo pobre de se manifestar. Precisamos de uma democracia ampla, que se alarde e se aprofunde, onde a classe operária, os desempregados se sintam representados. Democracia onde uns tem muito e outros não tem nada , não é democracia.”