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Por Pedro Laurentino, servidor do TRT22 e militante.

Segunda-feira, 08 de janeiro, faz 51 anos, que o verme facínora Cabo Anselmo – companheiro de Soledad Barret, e pai do filho que ela carregava no ventre – a atraiu para uma tocaia, onde foi barbaramente assassinada enquanto dormia, pelos agentes da Ditadura Militar, no que ficou conhecido nacionalmente como a CHACINA DA CHÁCARA DE SÃO BENTO, em Paulista, Pernambuco.

Junto com ela, foram assassinados também Pauline Reichstul, Jarbas Pereira Marques, Eudaldo Gomes e José Manoel da Silva. No total, foram 32 tiros, sendo 14 deles na cabeça.

O corpo de outra vítima, Evaldo Luz, recebeu 20 disparos e foi achado posteriormente na zona rural de Olinda.

Soledad era de origem paraguaia, militante e ativista da Vanguarda Popular Revolucionária, dançarina e poeta.


SOLEDAD BARRET, PRESENTE!!

Soledad Barret
(Pedro Laurentino)

do sêmen do anti-homem
meu ventre nutriu um anjo
não pude velar seu sono
os cães acordaram antes

Soledad, Soledad!
Covardia é não lembrar

a punhalada do espanto
sempre apavora a traição
e o traidor se desonra
enquanto houver geração

Soledad, Soledad!
Covardia é se calar

trago na pele marcada
a vil tocaia dos vermes
se alimentaram da carne
mas não festejam o meu término

Soledad, Soledad!
Covardia é não lutar

Cada bala em meu corpo
denuncia um assassino
que ao se espalhar boca a boca
nunca sepulta o facínora

Soledad, Soledad!
Tua solidão fez-se mar